Diferentes concepções de homem
Wundt
Wundt procurou constituir a psicologia como ciência autónoma, definindo
como o seu objecto a experiência consciente.
· A consciência era constituída por processos mentais, sendo as
sensações os seus elementos constituintes.
· Estes elementos simples, as sensações, organizavam-se em
processos psicológicos complexos.
· Procurou conhecer de uma forma objectiva e experimental a
consciência, instituindo como método a introspecção controlada: auto-observação
em contexto experimental.
· Constituiu o primeiro laboratório de psicologia experimental
onde se formaram psicólogos de todo o Mundo.
· Afirmou a influência das práticas sociais e culturais na
mente humana, contribuindo para a formação da psicologia cultural.
Freud
· Freud funda a corrente psicanalítica, centrando as
suas concepções na existência do inconsciente, estrutura primitiva, reservatório
da libido.
· É do inconsciente, do id, que se vão constituir o ego (nos
primeiros anos de vida) e o superego (entre os 3 e os 5anos).
· O id é constituído por pulsões, tendências, desejos e
recordações recalcados que se querem tornar conscientes acedendo ao ego. O
superego é a instância moral que se constitui pela interiorização das normas
morais e sociais. O ego é a zona consciente que tem de gerir as pressões com
origem no id e no superego.
· Enquanto o id é dominado pelo princípio do prazer que vira a
satisfação dos desejos e pulsações, o ego e o superego são orientados pelo
princípio da realidade que representa as exigências da vida social.
· Para explorar o id, desenvolveu um método próprio – o método
psicanalítico –, em que prevê o recurso a técnicas próprias: associações livres,
interpretação dos sonhos e dos actos falhados, e análise do processo de
transferência.
· Perspectiva do desenvolvimento da personalidade apresentando
uma concepção psicossexual segundo a qual a sexualidade se manifesta desde o
nascimento: afirmação de uma sexualidade infantil.
· Define cinco estádios de desenvolvimento psicossexual: oral,
anal, fálico, latência e genital. A cada estádio corresponde uma zona erógena,
sendo marcado pelo confronto entre as pulsões sexuais e as exigências sociais.
· Para que a psicologia pudesse ser considerada uma ciência
rigorosa e objectiva, Watson defende que seja abandonada a mente, a
consciência como o seu objecto.
· Define como objecto da psicologia o estudo do Homem e do
animal: só o comportamento é objectivamente observável.
· Funda uma corrente – o behaviorismo/comportamentalismo – que
defende que o comportamento depende exclusivamente da situação. O comportamento
é o conjunto de respostas a um conjunto de estímulos.
· Pretende observar, quantificar e explicar o comportamento
(estabelecendo relações de causa-efeito entre estímulo-resposta) para o poder
prever e controlar.
· Aplica ao estudo do comportamento o método experimental,
seguindo as exigências desta metodologia tal como é aplicada nas ciências
naturais.
· Considera que o ser humano é essencialmente produto do meio
ambiente, defendendo que os factores hereditários seriam irrelevantes.
· Vai considerar que, sendo o ser humano resultado dos
processos de aprendizagem, se deveriam investir os maiores esforços nas reformas
sociais e na educação.
Piaget
· Piaget vai debruçar-se sobre o desenvolvimento
intelectual, sobre os processos cognitivos. É, por isso, considerado, por
muitos, um precursor do cognitivismo.
· Demarca-se das correntes anteriores ao afirmar que o sujeito
é um elemento activo no processo de construção do conhecimento, do pensamento.
Rejeita as concepções inatas (o desenvolvimento depende apenas de factores
hereditários) bem como as concepções behavioristas (que fazem depender do meio
todo o processo de desenvolvimento do ser humano).
· Apresentou uma concepção segundo a qual a inteligência se
desenvolve por estádios qualitativamente distintos, que correspondem a uma
adaptação progressiva do sujeito ao meio.
· Preconiza a existência de quatros estádios: sensoriomotor,
pré-operatório, operações concretas e operações abstractas. A cada estádio
corresponde uma determinada estrutura cognitiva, evoluindo no sentido de uma
maior organização e complexidade.
· Defende uma concepção construtivista e interaccionista: o
conhecimento e o desenvolvimento intelectual resultam da interacção de vários
factores inerentes ao sujeito e ao meio em que está inserido.
· As suas concepções sobre o desenvolvimento tiveram um forte
impacto na compreensão da psicologia infantil e na educação. As suas reflexões
sobre a génese e o desenvolvimento do conhecimento deram origem à epistemologia
genética.
Bruner
· Bruner é um dos grandes impulsionadores do
cognitivismo, que corresponde a uma ruptura com o behaviorismo e um regresso à
mente.
· Considerando as consequências da colagem do cognitivismo ao
modelo cibernético e informático, que passava por reduzir o pensamento às leis
lógicas, Bruner rompe com esta corrente.
· Defende que a cognição é fundamentalmente uma criação de
significados: o ser humano é um ser intencional.
· Considera que o desenvolvimento intelectual da criança passa
por diferentes modos de representação do meio que a envolve. Prevê três níveis
ou estádios sequenciais: enactivo, icónico e simbólico.
· Aplica as suas concepções à educação, dado que é através das
representações que as crianças constroem os significados. A aprendizagem terá de
ter em conta os diferentes níveis de representação e basear-se na compreensão e
no significado.
· Desenvolveu uma psicologia cultural, dado considerar que o
desenvolvimento cognitivo está profundamente relacionado com a cultura. O ser
humano constrói os significados na sua relação com os grupos, com a cultura a
que pertence.
· Os processos cognitivos têm no seu centro a criação de
significados partilhados pelas narrativas de cada cultura.
António Damásio
· António Damásio partiu das suas investigações na área
das lesões neurológicas para desenvolver uma teoria sobre as emoções, com
consequências a vários níveis.
· Através da análise dos circuitos neuronais constitui mapas
neuronais, que são mapas da mente. Ultrapassa a dicotomia mente/corpo: a mente é
cérebro e é corpo.
· Desenvolve o conceito de marcador somático para explicar a
influência das emoções nos processos cognitivos.
· As emoções e os sentimentos teriam um importante papel
adaptativo para o ser humano, porque são formas de avaliar o meio e
permitindo-nos agir em conformidade.
· As emoções e os sentimentos sustentam, concretamente, as
nossas tomadas de decisão, sendo fundamentais na resolução de problemas. A
ausência das emoções poderia inviabilizar as tomadas de decisão.
· A mente tem uma base biológica, sendo os sentimentos e as
emoções o seu fundamento. Fazem parte integrante do processo de conhecer.
A concepção de watson não consta aqui, mas a teoria deste encontra-se no separador "trabalhos e actividades" uma vez que foi o autor sobre o qual o meu grupo de trabalho explorou.
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